Umas das características desse tempo, das novas mídias, das inteligências artificiais, do glamour e extremismo de bolhas ideológicas nas redes, a inovação e as novidades da economia digital obrigam ao profissional contemporâneo, desenvolver habilidades, de ao menos duas especialidades jornalísticas.
Não muito diferente da conjuntura dos anos 90, responsável pelo prenúncio da internet no Brasil, o ofício das penas naquele período, e muito antes na década de 80 já demandavam o domínio de especialização, uma exigência do mercado de trabalho para o jornalista nas redações.
Essa lógica prevalente se desenrola sob a proteção de uma outra arquitetura organizacional e econômica, a do século XXI. Para o jornalista, possuir um repertório cultural diverso e alargado, além de uma exigência vocacional é uma obrigação moral. Dominar minimamente vários assuntos permite ao jornalista acessar espaços que só é possível para poucos profissionais. As oportunidades surgem para quem está intelectualmente mais qualificado.
O jornalista Otto Lara Resende notabilizou-se para além da sua atuação em redações de grandes jornais do Brasil, por ser ele quem conceituou informalmente ser o jornalista um especialista em assuntos gerais. Essa informação foi dada pelo também notabilizado jornalista Armando Nogueira, no Programa Roda Viva exibido nos anos 90 na TV Cultura.
Certamente por isso, o curso de Jornalismo ainda tem uma procura significativa por estudantes, mesmo não havendo mais a obrigatoriedade do diploma para o exercício. A paixão e a utopia que atravessa a prática são os valores que mobilizam mentes e corações, conforme demanda o mercado e a sociedade.