Surge o Gestor Cultural

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São recentes as medidas de ampliação e universalização das políticas culturais, sobretudo com o advento do programa Cultura Viva, hoje política de Estado. Surgiram novos campos de atuação e novos nichos fomentados, através de iniciativas públicas em parceria com a sociedade civil organizada.

A expansão, a promoção e a valorização da diversidade cultural impôs uma lógica heterogênea de relação no campo da política e do mercado que impulsionou inclusive, a produção acadêmica, além das ações culturais independentes, que pipocaram em todo o território nacional. No entanto, toda essa movimentação sofreu impacto negativo com a crise política e econômica que assolou os país. O cenário ganha ares de estagnação com o modelo de gestão inaugurado após a destituição do presidente Dilma Roussef.

Para cumprir a tarefa de analisar cronologicamente o ambiente cultural, concentremos por ora a atenção no desenvolvimento das políticas culturais e os seus efeitos ocorridos na última década. Dentre as exigências da economia da cultura e da economia criativa, que se expandiu no Brasil a partir do início do século XXI, o principal insumo produzido foi o conhecimento.  Em razão desse potencial até então represado, o profissional capaz de responder a essas demandas se revelou urgente.

Nessa perspectiva surge um novo profissional para os desafios da tarefa, o gestor cultural. Em última instância é ele quem vai tornar possível o exercício da arte e das expressões culturais contemporâneas nos espaços públicos e privados. Ele quem articula os canais de distribuição e consumo das manifestações artístico-culturais. Para Danilo Miranda, diretor do Sesc-SP, “um gestor cultural, para estar a frente de centros de lazer, equipamentos culturais, deverá reunir diferentes habilidades, como planejamento coerente com a política adotada, gerenciamento de recursos humanos, decisões conjuntas, conhecimento do mercado e da realidade cultural, além das legislações do segmento”

O papel do Gestor Cultural foi essencial nesse momento de desenvolvimento das políticas culturais no Brasil. Editais, prêmios, renúncia fiscal, intercâmbios e encontros culturais para a fruição da produção cultural, entre tantas outras iniciativas se materializaram em grande medida por força da capaciadade desse profissional.

O surgimento do Gestor Cultural foi flagrante e é resultado dessa dinâmica. Tanto poder público quanto iniciativa privada absorveram esse profissional. Sua atuação no processo de democratização, fruição e produção cultural é essencial. Sua participação se destaca na medida em que se concretiza nos país, agora estagnada, as conquistas e as garantias dos direitos previstos na Constituição da República do Brasil. A regulamentação desse profissional compõe o rol de direitos e garantias a serem observados.