A Abrinjor – Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas realizou no dia 13 de novembro durante a COP 30 em Belém PA, o pré-lançamento do Manual de redação do Jornalismo Indigena.
Com o tema Poranga Maranduá, termo que dá nome ao manual, que significa Notícia Boa na língua Neenhagatu originário do Alto Rio Negro característico do município de São Gabriel da Cachoeira AM, a mesa de dialogo organizada na casa Maracá promoveu o debate acerca da comunicação indígena para um clima de mudança.
A emergência climática é parte da crise de comunicação e marcada pelo silenciamento e reprodução de estereótipos sobre como os povos indígenas são referenciados. De acordo com os integrantes da mesa, o manual foi elaborado por mais de 60 jornalistas de 40 povos indígenas.
O manual oferece aos leitores, jornalistas e pesquisadores as diretrizes para operacionalização jornalística antirracista, decolonial e comprometida com a justiça climática conforme notícia publicada no site da FENAJ Federação Nacional dos Jornalistas.
De acordo com a Abrinjor, não se trata meramente de um manual técnico de como escrever, mas uma ferramenta de luta, um feitiço contra o racismo, contra o apagamento e contra as estruturas coloniais de comunicação. A finalidade do manual é ensinar como se posicionar e respeitar, além de romper com as lentes coloniais de modo a construir narrativas comprometidas com a vida dos povos indígenas.
Construído de forma coletiva e colaborativa, o documento jornalístico indígena “não é uma espécie de cartilha para falar sobre nós, mas com nós, desde nós e junto com nós”
Segue as diretrizes, princípios e conceitos formulados por indígenas
O que você vai encontrar neste manual
Sobre o movimento indígena no Brasil: o que você precisa saber antes de pautar qualquer tema.
O que é comunicação indígena e o que é jornalismo indígena: conceitos, práticas e contextos.
História do jornalismo indígena no Brasil: de onde viemos, quem abriu caminho, quais são nossos marcos e referências.
Indígenas jornalistas e o direito de falar de nós: nossos desafios, nossas potências e nossos princípios.
Condutas e orientações éticas: protocolos, respeito aos territórios, riscos, estereótipos e como não reproduzir violências.
Conceitos ultrapassados: termos, expressões e narrativas coloniais que precisam ser superadas — e o porquê.
Glossário: um guia com termos e expressões que orientam uma comunicação respeitosa, precisa e descolonizada.
