O escritor estadunidense Ted Chiang, filhos de imigrantes chineses taiwaneses, celebrado por escrever obras literárias de ficção científica disse em entrevista à Ilustrada da Folha de São Paulo que não usa chatGPT por dois motivos. Por conta do alto custo ambiental ao explorar mão de obra e por que a ferramenta é desenvolvida à base do roubo de propriedade intelectual.
Essa é uma posição defendida por ele em um ensaio escrito e publicado em agosto do ano passado na revista New Yorker. O título da provocação era a seguinte “Por que a IA Não Vai fazer Arte? https://www.newyorker.com/culture/the-weekend-essay/why-ai-isnt-going-to-make-art
De acordo com Chiang escrever é uma forma de entender o pensamento. Esse exercício como é sabido aprofunda o conhecimento do sujeito sobre si, por isso uma IA não vai conseguir chegar até esse ponto. Ele diz ainda que a IA não cria conexões. De fato, dificilmente vai causar algum tipo de sinestesia como a música, a leitura ou a pintura. Até mesmo em um filme que possui dimensões distintas, e que envolve em grande medida uma infraestrutura dependente da ferramenta, mais ainda sim, ela por si só não vai criar a conexão de que fala o escritor. No cinema, o ponto de vista do diretor demanda o esforço vital ao direcionar a abordagem de uma trama por exemplo.
Sendo assim, conforme Chiang disse na entrevista fazer arte implica em esforço, ponto. O esforço mental e físico pelo que nos consta são parte dos elementos que tornou e torna possível o avanço da ferramenta vulgarmente denominada Inteligência Artificial.
Carlos Cortiz, professor e colunista da UOL sobre o tema provocou uma profícua discussão no seu perfil no linkedin. Posições para todos os gostos foram manifestadas. Vale a pena conferir.