Coitadinhos dos vira-latas, injustiçados e discriminados. Mudemos o título, jornalismo colonizado.
Semanas atrás um determinado repórter, certamente de um grande veículo tentou emplacar uma tese. Inicialmente por meio de uma crítica rasteira e preconceituosa após a vitória da seleção brasileira sobre o Paraguai com o placar de 4 a 1 na Copa América que está sendo disputada no EUA. Talvez seja isso, a atmosfera saxã lhe invadiu as narinas e subiu à cabeça.
Destituído de qualquer repertório no que se refere ao Brasil, e sem o menor pudor típico da branquitude privilegiada, mensurou se tratar a vitória do Brasil a falta da cantoria e batucada no vestiário, numa alusão infeliz de que as campanhas fracassadas anteriores da seleção canarinha era porque teria cantoria e batucada. `Perguntou o jornalista: “Dorival, não teve batucada e nem cantoria, esse fator vestiário contribui para a vitória da seleção?” A pergunta em si já carrega uma certa tendência, agora o tom de juiz, me pareceu fugir da objetividade, essa sim, ausente na crônica esportiva.
A miopia preconceituosa jornalista lhe impede de reconhecer nossos traços, nossa singularidade futebolística, como o drible por exemplo, que insuportavelmente fora substituído por táticas robotizadas da disciplina liberal europeia. Essa concepção tem podado a ginga dos Ronaldinhos dentro dos gramados e vestiários. Estão acabando com a alegria do futebol brasileiro. Estão robotizando nosso futebol como tem sentenciado o jornalista Benja em seu programa na internet. Um dos grandes golpes contra nossa alegria foi a extinção da geral do Maracanã como aponta o historiador Luiz Antônio Simas em seu livro Maracanã, quando a cidade era terreiro.
Como bom boleiro e amiúde nos vestiários festivos, Dorival Jr rebateu a tentativa de enquadramento e sentença do balzaquiano. “Não se trata disso, não vejo problema das cantorias e batucadas no vestiário, isso é parte do nosso costume” contradita Dorival jr, “ocorre que no momento da conversa dentro do vestiário os jogadores escutam”
Enfim, a cantoria e a batucada é mais um ingrediente do nosso futebol, da nossa torcida e do nosso Brasil. Já o nosso jornalismo segue a lógica colonialista consagrando a máxima de Honoré de Balzac, o jornalista é um sujeito que vende a sua pena a qualquer preço. seja qual for. Quem dera fosso o jornalismo orientado pela batucada e cantoria dos terreiros e vestiários.