Os jogos, o batuque e a proposta

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Jogos, celebrações, festas populares, brincadeiras de negaças, vadiação, rodas musicadas com batuques e palmas, toda essa movimentação constitui em manifestações e expressões identitárias pertencentes aos ameríndios e negros. São culturas transcendentes, transgressoras, marcadamente de frestas que possuem códigos, símbolos e rituais que celebram a vida de uma forma distinta, igualmente sofisticada àquelas que prevalecem como absoluta e normatizadora na sociedade.

Por caracterizar-se como transgressivas aos padrões eurocêntricos, as práticas, os costumes e a transmissão de todo o conjunto do saber oriundos das frestas e dos ritos tradicionais, tem no batuque o elemento comum entre as diversas manifestações existentes na região.

A Capoeira, o Afoxé, o Jongo, o Batuque de Umbigada e a Roda de Samba são algumas manifestações tradicionais, contemporâneas, potentes e (re) existem à forças adversas na região de Campinas. A expressões afro-ameríndias tem no corpo o meio, o canal de comunicação de toda a transmissão do saber. Razão pela qual (re) existe há séculos, ao mesmo tempo em que se reinventam.

O corpo profano, ou a promiscuidade de que fala Silvio Gallo em seu texto, observado na dinâmica da capoeira, no afoxé, no jongo, no batuque de umbigada e na roda de samba, verbaliza uma gramática que interpreta o mundo através do modo de ser e existir num dado território.

A singularidade desse modo de vida é por definição uma proposta decolonial de que um outro mundo é possível. Registrar a memória desses saberes e práticas sob as vistas de quem exercita-os cotidianamente é contribuir com o processo de preservação desse saber, quer na tradicionalidade das culturas, quer nos modernos meios de produção epistêmicos.

Fazenda Roseira, sede da Comunidade Jongo Dito Ribeiro em Campinas. Foto Luciano Medina

O Batuque é a denominação genérica para toda dança de negros na África. Há uma luta popular de origem africana muito praticada nos municípios de Santo Amaro e na capital da Bahia. Uma modalidade de capoeira. (CASCUDO, 1993).

Para efeito de informação, relevante, o grande Mestre Pastinha, percursor e patrono da Capoeira Angola conta que aprendeu capoeira com um negro do Batuque, Mestre Benedito.

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